Botafogo de Futebol e Regatas, Copa Libertadores da América, Barcelona Sporting Club
A vitória do Atlético Nacional por 4 a 1 sobre o Estudiantes ainda permite que o Botafogo se classifique antecipadamente na próxima rodada. Basta vencer o time colombiano, mas até um empate pode servir. Basta que os argentinos do Estudiantes não vençam o Barcelona, em Guayaquil.
Curioso ver como um time tão estruturado como o Botafogo pode se desmontar com uma só alteração. Mas, a rigor, não foi apenas a saída de Bruno Silva, ausente por suspensão, que causou o desastre em que se transformou o primeiro tempo do Botafogo: foi uma espécie de traição ao estilo habitual, às ideias que sempre nortearam este Botafogo e se tornaram traço característico do time.
Apresentou-se um alvinegro exposto demais, pouco afeito à negação de espaços ao rival, à marcação e saída rápida para o ataque.
Bruno Silva costuma cuidar de forma sólida do corredor direito do campo e ajudar a proteger o time defensivamente. Sem ele, Jair Ventura optou por Guilherme, homem mais ofensivo. Como na outra ponta jogava Rodrigo Pimpão, o Botafogo tinha dois atacantes pelos lados, Sassá como centroavante e Camilo jogando um pouco mais atrás. O time pendia demais para a frente, recompunha mal e desamparava Aírton e João Paulo, este último também um volante sem tanto vigor.
DESORIENTADO
O alvinegro se desorientou, viu-se distante das ideias habituais de jogo. E pior: num jogo que já representava um risco, por ser esperado que o Barcelona não tomasse a iniciativa, raramente desse ao Botafogo o contra-ataque, sua arma preferida. Com a bola para criar, este Botafogo ainda se sente desconfortável. É extremamente eficiente no combate e contragolpe, em ações rápidas. Situação que raramente encontrou no primeiro tempo.
Precipitando jogadas ao tentar atacar, dava ao Barcelona o contra-ataque, como no gol de Ayovi, às costas de Emerson Santos e batendo Joel Carli na velocidade. Uma defesa lenta exposta à rapidez do adversário. Os equatorianos passaram a se defender com a bola, tocando, errando pouco e evitando dar a chance de o Botafogo contragolpear. Em outro erro defensivo, desta vez com participação de Gatito Fernández, Alvez fez o segundo gol.
Parecia um pesadelo a noite de uma torcida que encheu o estádio, fez bonita festa e merecia um time que ameaçasse mais um rival que nem é uma rocha defensiva, como ficou claro num lance de pivô de Sassá, que deu a João Paulo a chance de chutar, mas esbarrar em Banguera.
QUATRO ATACANTES
Com Roger no lugar de Camilo, o Botafogo iniciou o segundo tempo com praticamente quatro atacantes. Naturalmente, se dividia em dois blocos e teve cerca de 20 minutos de total desorientação. Até que decidiu assumir riscos máximos, exposto a um contra-ataque que o Barcelona jamais encaixou.
Quando conseguiu pressionar a defesa equatoriana, andou tendo a chance de mudar, ao menos psicologicamente, o momento do jogo. Para tanto, bastaria que Sassá não errasse o gol em rebote de chute de Roger ou não perdesse ótima chance após escanteio. Ou que Roger não cabeceasse mal um cruzamento de Emerson Santos. Em noites assim, qualquer chance é preciosa. O consolo é que as ambições alvinegras na Libertadores seguem intactas.
FICHA DO JOGO:
Botafogo: Gatito Fernández, Emerson Santos, Carli, Emerson Silva (Marcelo) e Victor Luís; Airton (Fernandes), João Paulo e Camilo (Roger); Rodrigo Pimpão, Guilherme e Sassá.
Barcelona-EQU: Banguera, Velasco, Aimar, Arreaga e Pineida; Tito Valencia (Castillo), Gabriel Marques, Calderón (Segundo Castillo) e Alemán (Ariel); Álvez e Ayoví.
Gols: 1T: Ayoví aos 6m e Álvez aos 23m.
Juiz: Mario Díaz de Vivar (PAR)
Cartões amarelos: Calderón, Airton, Marcelo, Pineida e Rodrigo Pimpão.
Público pagante: 31.435 (34.034 presentes)
Local: Estádio Nilton Santos (Engenhão)
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